Aqui você vai encontrar as novidades sobre o panorama nacional e internacional do Jazz e da Bossa Nova, além de recomendações e críticas sobre o que anda acontecendo, escritas por um time de aficionados por esses estilos musicais. E você também ouve um notável programa de música de jazz e blues através dos PODCASTS.
Apreciando ou discordando, deixem-nos seus comentários.
NOSSO PATRONO: DICK FARNEY (Farnésio Dutra da Silva)
..: ESTE BLOG FOI CRIADO EM 10 DE MAIO DE 2002 :..
Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).
Alfredo Guevara
Como havia dito em resenha passada, tive a memorável alegria de, nessa minha última estada em Havana, presenciar, simultaneamente, o Festival de Jazz e o Festival de Cinema Latinoamericano de Havana, este último inaugurado com o lançamento de 2 livros de Guevara, um deles de relevante importância, visto tratar-se da troca de correspondência, entre os anos de 1960 e 1981, havida entre o autor e ninguém menos que o grande Glauber Rocha ("Un Sueño Compartido").
O lançamento se deu no imponente Salão Habanero, no Hotel Nacional de Cuba, onde fomos presenteados com um emocionado discurso do autor enaltecendo, entre outras inúmeras qualidades, a importância transcendental de Glauber para os rumos do cinema latinoamericano.
A impressionante atualidade do livro - esperada, dada a genialidade dos missivistas - que traça um roteiro dos rumos tomados pelo cinema da América Latina, descortinando-lhe seus aspectos político, sociológico e histórico, tem seu ápice, certamente, na carta escrita por Glauber em 11 de março de 1981, tida como verdadeiro testamento (viria a falecer, no Rio de Janeiro, em 22 de agosto daquele ano).
Ao final, dirigi-me para cumprimentar Guevara e obtive, em meu exemplar, a tocante dedicatória:
"La Habana, 10 de Diciembre de 2002. Para Fraga, con las simpatias imensas que tengo pelo Brasil y que dejó en mí Glauber. Alfredo Guevara".
Feliz Natal a todos.
Natal na voz de Ella
24 dezembro 2002
Marcelink
ALVÍSSARAS PARA PRÓDIGOS
22 dezembro 2002
A todos, portanto, boas aquisições, pois agora é só consultar, comprar e esperar em casa, sem maiores preocupações.
Eric Reed - Happiness : @@@@
21 dezembro 2002
Cheguei a dar-lhe alguma razão, em vista da vastidão de regravações de standards com as roupagens mais distintas (nada contra, bem entendido) em contraponto ao minguado material contemporâneo digno de audições tão prazerosas. Até ser apresentado pelo nosso querido Bené-X, ao pianista Eric Reed e suas composições. Que no disco Happiness, o primeiro que ouvi, já deita por terra, parcialmente, a afirmação de Guinle.
Compositor de temas a um tempo intrincados e leves, o excelente pianista Reed -mais um ex-sideman de Wynton Marsalis- pilota um septeto cujo naipe de metais traz um excepcional Wycliffe Gordon ao trombone, Wessell Anderson no sax-alto, Marcus Printup no trompete e na clarineta, Walter Blanding. Afiadaços, e acompanhados de Rodney Green na bateria e Renato Thoms na percussão.
Os arranjos de Reed são mistura interessantíssima do tradicional com o novo, que se soam estridentes numa primeira audição em vista das inesperadas sonoridades concebidas por ele, acomodam-se em nossa mente como idéias vencedoras a partir das seguintes. A sonoridade mais "antiga" proveniente do trombone e da clarineta, em contraponto à "modernidade" imprimida ao sax-alto e ao trompete, interligadas pelo piano muito ágil porém apaziguador de Reed, dá às composições um clima que classificaria como "tradicionalmente moderno", e sob qualquer prisma, instigante. É esse o clima que permeia o disco, cujas músicas são todas de Reed, exceto por sua interessante releitura em duo (com o trombone) da ellingtoniana "Mood Indigo".
A experiência com Happiness é bastante enriquecedora. Além de proporcionar ótimos momentos de jazz, demonstra haver capacidade de geração de temas originais e arranjos criativos por parte das novas gerações. Nota: @@@@
El Laguito
19 dezembro 2002
Pois bem, graças à incrível influência de que desfruta meu querido irmão Fernando Teixeira por aquelas plagas, pude me deliciar, pela terceira vez, na semana passada, da inesquecível experiência que é visitar aquela fábrica.
Desde minha última estada em Havana, em 2000, a fábrica apresenta traços de modernização bastante significativos: dispõe agora de um sistema automatizado para tratamento das folhas de capa - o charuto é formado de 3 partes: tripa, capote e capa, sendo esta a mais importante - em que são controladas a umidade, a temperatura e a fermentação, além de um moderno sistema de controle de perda de pressão, que vem a ser a avaliação de quão "aberto" está o charuto, de forma a não carecer de maior esforço a cada baforada (este controle é feito unidade a unidade, e só El Laguito dispõe desse sistema). Mas, voltemos ao Trinidad.
A marca mais procurada pelos amantes dos puros, e cuja produção se reduz a meras 2.000 caixas anuais, tem como características fundamentais sua elegante capa clara, além de uma queima incomparável - embora não seja minha bitola favorita, visto que sou apaixonado pelos Doble Corona e pelos Pirâmides, não reconheço em nenhum outro charuto a elegância de um Trinidad. Ao final da visita, guiados por nosso infalível Osmar, que substuituirá a inesquecível Emilia Tamayo na direção da fábrica a partir de 2004, fomos surpreendidos com a melhor notícia da viagem - El Laguito está confeccionando, experimentalmente, por um pedido do México, uma partida de 200 caixas, assim como o clássico Trinidad Fundadores, de 24 unidades (ao contrário das 25 habituais), em formato "Doble Robusto" - calibre de Robusto com comprimento de Doble Corona, ou seja, uma passagem para o Éden ...
Informo aos demais tripulantes do CJUB que disponho de 3 unidades, que serão devidamente degustadas, em nosso próximo encontro, ao sabor de Mojitos que prepararei (receita de La Bodeguita del Medio) e infinitos solos de trompete, sax, piano e afins.
Nosso mestre e sua repercussão alhures
Mais uma vez, Ave, José!
E-Mails de J.D. Raffaelli - nº 00004 - Um "Quiz" bastante interessante
"...Para encerrar, um teste de difícil resposta: o que têm em comum as composições “At the Darktown Strutter´s Ball”, “Jersey Bounce”, “Intermission Riff”, “Desafinado”, “Take the A Train”, “Só Danço Samba”, “On the Alamo”, “O Pato”, “Disc Jockey Jump” e “Rhythm Is Our Business” ?"
Agora é com vocês. E não vale pedir cola para o Arlindo Coutinho!
Agora é oficial!
17 dezembro 2002
Só depois que o artista me permitiu usá-las é que me lembrei que já havia "chupado" algumas logo nos promórdios do blog. Mas agora é tudo oficial, "comme il faut". Segue uma muito interessante.
Celebrando o espírito de Natal
Teatro Karl Marx, Ciudad de La Habana
16 dezembro 2002
Há 3 anos, aqui nesta mesma Habana, tive a coincidência - e a frustração - de encontrar Gabo em um renomado paladar, "La Guarida", onde foi filmado o filme "Morango e Chocolate". Frustração porque, ao pedir-lhe um autógrafo em meu cartão de visita, tive o mesmo recusado sob o compreensível argumento de que ele só o faz em livros. Certo de que aquela seria minha última oportunidade de registrar tão significativo encontro, resignei-me e mantive a lembrança daquele momento como definitivo autógrafo em minha memória.
*******
O Teatro Karl Marx, palco de históricos discursos de Fidel Castro, estava em noite de esplendor na noite de encerramento do XX Festival Internacional Habana Jazz Plaza, ontem. Lá estava a estelar presença de todos os músicos convidados para o Festival, que tocaram diversos e inesquecíveis standards ao longo de toda a primeira parte da noite, entre eles Roy Hargrove, Regina Carter, Kenny Barron, David Murray e Uri Caine. A registrar, uma antológica versão de "Take de A-Train", vocalizada por uma cantora italiana, Roberta Gambarini, de quem procurarei descobrir mais acuradamente o trabalho. Seguida à apresentação vocal, uma formação somente cubana repetiu o mesmo standard, com traços unicamente locais, em que o destaque foi o monumental pianista Emilio Morales.
Encerrado o primeiro set, adentra o palco nosso gênio maior, Egberto Gismonti, elegantemente vestido e privilegiando o rubro em sua touca e lenço, desfiando, inicialmente em versões solo, ora no violão de 12 cordas ora ao piano, algumas de suas melhores peças: "Lôro", "Frevo", "Maracatu"e "Cigana".
Em seguida, e já com a respiração em pandarecos, presenciei, para o resto de minha existência, a maior apresentação a que já assisti de um músico brasileiro em toda a vida - juntou-se a Egberto a Orquestra Sinfónica Nacional, em sua formação completa, sob a regência de Leo Brouwer. Foram tocadas 3 peças, que, utilizando uma expressão cunhada pelo Grande Mestre JDR, ficarão encapsuladas no tempo.
A primeira delas, "7 Anéis", consagrou toda a capacidade criativa de Egberto (que seguia ao piano), com destaque inconteste para as cordas, em releitura de intenso romantismo.
A música seguinte, talvez numa homenagem à distância, pelos 50 anos de meu querido Sazinho, foi "A Fala da Paixão", da qual tenho apenas a mencionar que o embaçamento de meus olhos me impediu de ver, com melhor acuidade, o teclado do grande Maestro.
A derradeira ... bem, voltemos a Gabo.
*******
A terceira música, "Forró", foi encerrada com um duo, de cello com Egberto no pífaro, que me fez voltar no tempo para a histórica apresentação no Theatro Municipal, em 1985. Acesas as luzes, para minha estupefação, lá estava, quase 3 anos depois, Gabriel García Márquez, de quem, desta feita, obtive o prêmio maior em meu exemplar do "Amor nos Tempos do Cólera"- lá está registrado, doravante, "Para Fraga, del amigo Gabriel - Habana, 2002".
Encerrada a histórica noite, tenho hoje a absoluta certeza de que a espera de toda uma vida para obter tão singelas palavras em meu livro favorito, nada mais era que a única forma possível de estampar "palavras sonoras", de tão querida significação, e que só fariam sentido - como o fazem - por estarem acompanhadas da lembrança de Egberto Gismonti.
Minha vida está mais colorida desde ontem.
Amém.
Ain't the blues close enough to jazz?
15 dezembro 2002
If you are new to Blues music, or like it but never really understood the why/therefore, here are some very fundamental rules.
1. Most Blues begin with: "Woke up this morning..."
2. "I got a good woman" is a bad way to begin the Blues, unless you stick something nasty in the next line like, "I got a good woman, with the meanest face in town."
3. The Blues is simple. After you get the first line right, repeat it. Then find something that rhymes sort of: "Got a good woman with the meanest face in town. Yes, I got a good woman with the meanest face in town. Got teeth like Margaret Thatcher and she weigh 500
pound". Easy.
4. The Blues is not about choice."You stuck in a ditch, you stuck in a ditch...ain't no way out".
5. Blues cars are: Chevys, Fords, Cadillacs and broken-down trucks. Blues don't travel in Volvos, BMWs, or Sport Utility Vehicles. Most Blues transportation is on a Greyhound bus or a southbound train. Jet aircraft and state-sponsored motor pools ain't even in the running. Walkin' plays a major part in the Blues lifestyle. So does fixin' to die.
6. Teenagers can't sing the Blues. They ain't fixin' to die yet. Adults sing the Blues. In Blues, "adulthood" means being old enough to get the electric chair if you shoot a man in Memphis.
7. Blues can take place in New York City but not in Hawaii or anywhere in Canada. Hard times in Minneapolis or Seattle is probably just clinical depression. Chicago, St. Louis and Kansas City are still the best places to have the Blues.You cannot have the Blues in any place that don't get rain.
8. A man with male pattern baldness ain't the Blues. A woman with male pattern baldness is. Breaking your leg 'cause you were skiing is not the Blues. Breaking your leg 'cause a alligator be chomping on it is.
9. You can't have no Blues in an office or a shopping mall. The lighting is wrong. Go outside to the parking lot or sit by the dumpster.
10. Good places for the Blues: a. highway; b. jailhouse; c. empty bed; d. bottom of a whiskey glass.
11. Bad places for the Blues: a. Bloomingdale's; b. gallery openings; c. Ivy League institutions; d. golf courses.
12. No one will believe it's the Blues if you wear a suit, 'less you happen to be an old ethnic person, and you slept in it.
13. Do you have the right to sing the Blues? Yes, if: a. you older than dirt; b. you blind; c. you shot a man in Memphis; d. you can't be satisfied. And No, if: a. you have all your teeth; b. you were once blind but now can see; c. the man in Memphis lived; d. you have a good retirement plan or a trust fund;
14. Blues is not a matter of color. It's a matter of bad luck. Tiger Woods cannot sing the Blues. Sonny Liston could have. Ugly white people also got a leg up on the Blues.
15. If you ask for water and your darlin' give you gasoline, it's the Blues. Other acceptable Blues beverages are: a. cheap wine; b. whiskey or bourbon; c. muddy water; d. black coffee;
The following are NOT Blues beverages: a. Perrier; b. Chardonnay; c. Snapple; d. Slim Fast.
16. If death occurs in a cheap motel or a shotgun shack, it's a Blues death. Stabbed in the back by a jealous lover is another Blues way to die. So are the electric chair, substance abuse and dying lonely on a broken-down cot. You can't have a Blues death if you die during a tennis match or while getting liposuction.
17. Some Blues names for women: a. Sadie; b. Big Mama; c. Bessie; d. Fat River Dumpling;
18. Some Blues names for men: a. Joe; b. Willie; c. Little Willie; d. Big Willie;
19. Persons with names like Michelle, Amber, Jennifer, Debbie, and Heather can't sing the Blues no matter how many men they shoot in Memphis.
20. Make your own Blues name Starter Kit: a. name of physical infirmity (Blind, Cripple, Lame, etc.); b. first name (see above) plus name of fruit (Lemon, Lime, Kiwi, etc.); c. last name of President (Jefferson, Johnson, Fillmore,etc.). For example: Blind Lime Jefferson, Jakeleg Lemon Johnson or Cripple Kiwi Fillmore, etc. (Well, maybe not "Kiwi.").
21. I don't care how tragic is your life: if you own a computer, you cannot sing the blues.
Hope you liked. Love, Conchita.
Charutos cubanos paraguaios
Espero encontrar todos os confrades logo mais no Copa.
Um grande abraço à todos!
Marcelink
Ótima notícia: Boston Blow Up, do Serge Chaloff, pousou no Rio hoje!
11 dezembro 2002
Em breve estarei promovendo uma audição exclusiva, em data e hora a ser divulgada a todos. Aguardem, sintonizados neste canal.
Desde Ciudad de la Habana, Cuba
09 dezembro 2002
A viagem transcorreu sem maiores sobressaltos, apesar de, pela primeira vez, ter feito uma escala na Cidade do Panamá, antes de meu destino final, Ciudad de la Habana, onde conheci inúmeros cineastas e afins, todos vindo para o Festival de Cinema, que se estende até o proximo dia 13.
A recepção, como de hábito, não poderia ser mais auspiciosa, sempre incluindo uma obrigatória andança por meus botequins favoritos, entre eles El Floridita, e, mais agradável, com a surpresa de receber, de bate-pronto, ainda no aeroporto, um autêntico Torpedo Cuaba, fechado nas 2 pontas, que me antecipava a alegria do que estava por vir.
Pois bem, ontem, como evento integrante do Festival, tivemos uma apresentação bastante interessante, no modelo "Fulano convida", encabeçada por um musico cubano de vanguarda, Roberto Carcasses, em que o convidado especial era o nosso querido Lenine. Para minha decepção, o show do Lenine, especificamente, não passou de morno, apesar de a formação lotar o palco do deslumbrante Teatro Nacional de Cuba, com formação completa de metais, cordas e percussão - algo em torno de 30 musicos.
A melhor notícia, entretanto, acaba de chegar a meu conhecimento - vejam vocês que fui brindado com a coincidência de minha estada coincidir rigorosamente com o Festival de Jazz de Havana, para o qual já estou com credencial de palco - virão Kenny Barron, Gonzalo Rubalcalba, Chucho Valdés, e, last but not least, Egberto Gismonti, a quem não assisto no palco, há décadas.
A programação promete ser intensa, e resenharei todos os milímetros que estiverem a meu alcance.
Por ora, me despeço, agradecendo a nosso editor-chefe, Mau Nah, que acentue corretamente o presente texto.
All the Best and Keep Swinging.
Fraga
(done, MN)
Hi, guys. I picked this cutie jazz joke! Hope you like it.
Later that evening the guy remembers that Diana Krall would be in a show just around the corner and he was instantly eager for a drink and all that jazz. So he picks up the shoebox, shakes it and says "hey, do you want to go out, have some drinks and listen to Diana Krall?" He waits a little bit and gets no answer, so he shakes the box again and goes "hey centipede, do you want to go out, sip a drink and listen some very good music?" Still no answer. The guy starts shaking the box again and suddenly he hears a tiny voice saying,"hey, hey, stop that! I heard you the first time, I'm just putting on my shoes!"
Ainda gostaria de citar os pianistas Fred Hersch e Bill Charlap, além do Paolo Fresu ( trumpet ) e Kenny Garrett ( último sax do Miles ).
Quanto ao show do fim de semana, lamento dizer que todos perderam a performance do maior, mais completo e sensível violonista americano, que se apresentou em concerto único na Sala Baden Powel, para uma platéia perplexa e boquiaberta que simplesmente viajou com o Ralph Towner, também não citado em nenhuma lista.
Só para dar agua na boca sentei me ao lado do Egberto Gismonti ( casualmente ), que também se deleitou com a apresentação do amigo.
Homework
08 dezembro 2002
Eric Alexander, Joshua Redman, Craig Handy, Mark Whitfield, Nicholas Payton, Brian Lynch, Michael Weiss, Jean-Michel Pilc, Kenny Drew Jr., Anthony Wonsey, Dwayne Burno, Gregory Hutchinson, Lewis Nash, Adonis Rose e Wycliff Gordon.
Da mesma lista, conheço, mas não tenho nada de:
Rick Margitza, Mark Turner, Jim Rotondi, David Hazeltine, Aaron Goldberg, Orrin Evans, Anthony Wonsey, Matt Wilson, Joe Farnsworth, Joshua Roseman.
Os demais, sinceramente, ou não conheço ou não me lembro de já ter ouvido.
Entretanto, com a venia do amigo JDR, gostaria de acrescentar - todos brilhantes e muitos já famosos - a seu rol (esquecendo, claro, outros tantos, que agora me fogem):
Sax Tenor: Ron Blake, Seamus Blake, Cris Potter, Walt Weiskopf
Vibrafone: Stefon Harris e Steve Nelson
Trombone: Kevin Eubanks
Trumpete: Roy Hargrove; o cara (muito jovem, esqueci o nome) que toca com o T.S. Monk, sensacional, também na linha Clifford Brown e, bastante, Lee Morgan; Marcus Printup, Wallace Roney
Piano: Stephen Scott, Xavier Davis, Jacki Terrason, os geniais David Kikoski, Cyrus Chestnut e Eric Reed; Benny Green, Geoff Keezer, Brad Mehldau;
Baixo: Curtis Lundy, Larry Granadier, John Pattituci (para quem gosta), o completíssimo Christian Mcbride; John Clayton, Peter Washington.
Bateria: Jeff "Tain" Watts, Carl Allen, os incríveis Billy Kilson e Leon Parker; Alvester Garnett, Clarence Penn, Kenny Washington
Percussão - Steve Kroon
Cantores: Kevin Mahogani, Diana Krall, Jane Monheit e o australiano Vince Jones
Lembrando de mais, tomerei a liberdade de editar a lista supra.
Olhaí pessoal, trabalho de casa!!!
06 dezembro 2002
Assim sendo, divido com todos mais uma lista de nosso oráculo, para que durante o próximo fim-de-semana (e seguintes, acho) possamos ir recolhendo informações, quem tem o que, etc. para uma futura troca de figurinhas dentro do grupo. Mãos à obra, rapaziada.
Segue a lista:
"...Sim, há inúmeros talentos revelados nos anos 90 que devem ser ouvidos e apreciados.
Eric Alexander (para mim um dos melhores músicos revelados nos anos 90), Joshua Redman, Mark Shim, Craig Handy, Tony Malabi, Rick Margitza e Mark Turner (sax-tenor) – Mike DiRubbo, Gary Prybeck, Louis Hartzfield, Wessell Anderson e Jay Cavaseno (sax-alto) - Mark Whitfield, Jimmy Bruno, Paul Bollenback, Joe Fusco e Kurt Rozenwinkel (guitarra) – Nicholas Payton, Brian Lynch, Jim Rotondi, Chris Battistone, David Ballou, Ingrid Jensen e Greg Gisbert (fantástico trompetista na linha de Clifford Brown) - Scott Robinson (todos os saxes, flautas, clarone, etc) – Michael Weiss, David Hazeltine, Jean-Michel Pilc, Kenny Drew Jr., Aaron Goldberg, Andrew Adair, Orrin Evans, Anthony Wonsey e Lee Musiker (piano) - Dwayne Burno, Taurus Mateen, Mark Dresser, Mark Helias e John Weber (baixo) - Gregory Hutchinson, Matt Wilson, Lewis Nash, Adonis Rose e Joe Farnsworth (bateria) – Wycliff Gordon e Joshua Roseman (trombone)."
E-Mails de J.D. Raffaelli - nº 00003
02 dezembro 2002
Sexta-feira, 29 de novembro de 2002 16:04
"O Hotel dos músicos de jazz:
Vamos dar asas à imaginação. Suponhamos que exista um hotel cinco estrelas dirigido exclusivamente por músicos de jazz, do presidente aos faxineiros. Como todos os grandes hotéis, além dos apartamentos luxuosos, tem restaurante, salão de festas, auditório para shows e convenções, cassino, piscinas, salão de estar, capela, setor para turismo e excursões, aluguel de autos e demais departamentos que proporcionam todo o conforto e todas as facilidades para atendimento aos hóspedes.
As atribuições de cada cargo estariam diretamente relacionadas com os nomes dos músicos. Com um pouco de conhecimento de inglês (em alguns casos, também de italiano) e razoável dose de imaginação, identificamos a relação de cada função com o nome do seu respectivo responsável.
Presidente do hotel: Lester Young (apelidado “Pres”)
Vice-presidente: Paul Quinichette (apelidado “Vice-Pres”)
Relações Públicas: Hank D´Amico
Gerente: Marshall Royal
Segurança: Bob Escudero e Bernard Archer
Turismo: Al Cicerone
Tesouraria: Jesse Price, Bernard Addison e Alvin Borroughs
Departamento de Finanças: Clarence Profit e Howdy Quicksell
Departamento Jurídico: Salvatore Delegge
Gerentes de bebidas: Joe Marsala, John Cave e Charles Grant
Direção Artística: Sam Musiker e Hal Singer
Humorista: Pete Boccage
Serviço Médico: Albert Socorras e Sal Dottore
Serviço Dentário: Laforet Dent
Farmácia 24 horas: Arnold Ross, Flip Phillips, J. J. Johnson e Johnny Bayersdorffer
Perfumaria: Chet Atkins e Nat Atkinson
Eletricista-chefe: Fred Ohms
Serviço de Manutenção e Marcenaria: Ike Carpenter e John LaPorta
Chefs da Cozinha: Junior Cook, Willie Cook, Dalton Rizzoto, Bucky Pizzarelli e Sal Salvador
Padaria: Chet Baker e Sherwood Mangiapanne
Cafeteria: Ed Cuffey
Carnes e derivados: Cow Cow Davenport e Bull Moose Jackson
Frios e salgados: Teddy Wilson
Gerente do bar: Ted Dunbar
Salão de jogos: Seymour Goldfinger
Cama, mesa e colchoaria: Joe Comfort
Rent-a-car: Joe Ford, Dick Nash e Joe Dodge
Serviços religiosos na capela: Father Norman O´Connor, Boyce Brown, Russ Jessup e Charlie Christian
Jardinagem: Pat Flowers
Manutenção das piscinas: Joe Passalacqua (Joe Pass)
Serviço de Limpeza: Monty Waters
Serviço de dedetização: Max Roach
Doceiro: Candy Fish
Chefes dos boys: Aaron Bell e Illinois Jacquet
O CJUB já tinha representação gráfica e a gente não sabia!
29 novembro 2002
E a propósito, o blog, depois da adesão da Conchita, não será mais o mesmo. Ainda mais porque há insistentes pedidos para que tratemos de matérias menos "machistas", mais gerais, que possam ser de interesse do público feminino que nos visita. Nós do Conselho Editorial já estamos estudando, cuidadosamente, esse tipo de liberalidade e oportunamente decidiremos a respeito. Enquanto isso, divirtam-se com as imagens récem-postadas, onde as divas começam a dar sinal de suas existências aqui no blog.
Hi! It's me again
28 novembro 2002
I must explain that I am Mexican, daughter to an ex-KGB agent who fell in love with my mom in Acapulco. That's why I can read Portogese. But since I am studying in NY, I try to speak and write in English most of the time. I don' t mind you writing me in any language, but I'll keep posting and answering in Shakespeare's mother tongue.
As I have no news on jazz issues now, I post this image I modestly think will add to the site, visually speaking. It was filmed by an ex-boyfriend of mine some afternoon in Puerto Vallarta, two years ago. The cigar was his, the plaesure was mine. So now you enjoy. Sorry it is so short, but it is a clip I used in my Visual Arts school. Hope you like it, and kisses for all.
Gabriel Yared e Orquestra Petrobrás Pró-Musica: Theatro Municipal, 25/11/02
27 novembro 2002
Trafegando por um sem número de referências outras que as de sua própria terra natal, praticamente engolfadas por sua musicalidade ocidental, Yared -que já morou inclusive no Rio, nos anos 70- consegue ser um competente compositor em todas as peças apresentadas, jamais resvalando para o lugar comum.
Cada um dos números tinha sua riqueza detalhada nas sonoridades, nos ritmos próprios e pelos intrincados arranjos que valorizaram durante todo o tempo os climas sugeridos. Pareciamos estar ouvindo a trilha do que se poderia chamar de "cinema-cego", onde cada um de nós pôde fazer mentalmente uma projeção de imagens particulares e queridas, conforme seus pensamentos e interesses correntes, para que se adaptassem e acompanhassem as trilhas, numa inusitada experiência reversa. Incrível.
A Orquestra da Petrobrás, embora afinada e coesa, revelou-se tímida, carente de um instrutor de vôo bem mais ousado a se encarregar de seu treinamento diário. Sem falhas no geral, faltou-lhe no entanto mais "punch", ousadia e mesmo a irreverência própria dos jovens, que ali estavam em maioria, levando o condutor, em diversos momentos, a gesticular com veemência em direção a naipes de sopros ou segmentos de cordas, exaltando-os a empenhar-se com mais vigor e garra de modo a entregar -como acredito, pretendia- passagens que idealizara vibrantes, mas que aportavam mornas aos ouvidos da platéia.
A entrada no palco da soprano Carolina Faria, dona de boa voz e bela figura feminina, de cabelos vermelhos e vestido e "écharpe" azuis, coloriu o monótono cenário em branco e preto dos componentes da Orquestra, quebrando a seqüência das peças instrumentais, o que só acresceu ao espetáculo. Interpretando, em sua entrada, um cântico tradicional libanês, possivelmente de origem religiosa, dada a introspecção do tema, voltou ao palco para duas intervenções adicionais, a primeira operística e a segunda mais popular e em inglês, quando interpretou a mesma parte que na trilha original havia sido apresentada por Sinéad O'Connor, e aqui um pouco aquém da original.
Ao final, aplaudidos de pé, compositor/maestro e Orquestra fizeram dois "encores". No derradeiro, repetiu-se a presença de um melífluo "bandoneón", que, presente burocraticamente num tema anterior desta feita desdobrou-se numa composição dolente e inebriante. O movimento, ao desenvolver-se em andamento sinfônico, pela magistral arte de Yared veio a culminar em um vibrante "tutti" (do qual participou inclusive uma tuba até então escondida) alçando o motivo geral a um patamar precioso, com término abrupto e emocionante, o qual ressoa até agora nos tímpanos dos que ali estiveram, trazendo-lhes, asseguro, alguns sorrisos às faces, por sua mera lembrança.
Uma experiência enriquecedora, e que teria sido imbatível se contasse com um conjunto orquestral mais ousado e experiente.
Nota: @@@
AGORA FALANDO SÉRIO ESSES LEITORES DA REVISTA DEVEM ESTAR DE SACANAGEM, ITHAMARA NA FRENTE DA SHIRLEY HORN, JANE MONHEIT E OUTRAS É MUITO FORTE.
Hi, from NYC
"Hasta la vista, babies!"
Água na boca dos aficcionados
24 novembro 2002
"On the New York jazz scene tonight... Lou Donaldson's quartet is at the Village Vanguard. The Fred Hersch quintet with Kenny Wheeler, Mark Turner, Ben Street and Nasheet Waits is at the Jazz Standard. Brazilian pianist and composer Sergio Mendes is at the Blue Note with Brasil 2002 for the club's Fall Vocal Festival. The Blue Note's Sunday Brunch East Meets West series features Shiro Sadamura's Uplinkers today. The third annual Django Reinhardt Festival continues at Birdland, where tonight's special guest is guitarist Bucky Pizzarelli. The Heath Brothers are at Iridium. James Hurt and Dafnis Prieto are featured tonight in The Jazz Gallery's Composers Series with John Benitez on bass. Trombonist Chris Washburne's SYOTOS Latin jazz band is at Smoke tonight. The Drummer's Collective marks its 25th anniversary today with a concert at Manhattan Center with Steve Gadd, Dave Weckl, Steve Smith and Horacio Hernandez as well as a Drummers Collective/Bass Collective faculty ensemble and special guests. "
Sir Roland Hanna , convocado para a God Almighty Big Band
19 novembro 2002
Juntou-se, neste mês de novembro, à maior banda de jazz da história. DEP, Sir Hanna.
Sugestões
13 novembro 2002
Se a turma concordar com minha humilde sugestão terminarei a crítica deste disco e falarei também da obra prima "Stormy Weather" de Ben Webster.
Abraços a todos.
Marcelink
Convocação Geral
12 novembro 2002
(COM ALGUM ATRASO) GIDON KREMER & KREMERATA BÁLTICA, TEATRO MUNICIPAL, 4/11/2002
11 novembro 2002
Nos últimos 50 anos, entretanto, tomou vulto, forte corrente em sentido oposto, valorizando - muitas vezes ao extremo - a busca da fidelidade ao universo do compositor, aí também incluída, muitas vezes, a própria ambience histórica de produção. Instrumentos (quando não indumentária) de época fizeram a festa de melômanos principalmente nos anos 80, quando a onda tomou de assalto principalmente uma nova "redescoberta" do Barroco, platinada pela então revolucionária pureza do som digital. Até hoje, o ápice do movimento é Hogwood, à frente da Academy of Ancient Music.
Claro que in medio stat virtus. O bom senso recomenda procurar, sim, o clima, o contexto, em que a peça foi escrita - e va lá, num exercício de absoluto empirismo, também as supostas "intenções" do autor - porém sem nunca abrir mão da liberdade de interpetação que faz, exatamente, a distinção entre o músico genial, e, o medíocre ou "só" "acadêmico", expressão muito usada outrora.
A Kremerata Baltica, afinal, sob a direção do Gidon Kremer, em sua passagem recente pelo Municipal, reacendeu em minha mente o confronto entre os paradigmas da interpretação que o século passado testemunhou.
Isto porque, partindo para uma análise inteiramente diversa da - elogiosa - crítica de Luis Paulo Horta, para O Globo, ouviu-se um Vivaldi inteiramente deslocado de sua época, à qual, aliás, em nenhum momento o líder fez questão de pagar tributo. Era um Vivaldi a la Gidon Kremer, exatamente como, até 1960, tinha-se um Chopin, um Schumman, um Beethoven à maneira de Horowitz, ou de Richter ou, ainda depois, o próprio Bach, subvertido por Gould.
O excessivo uso do rubato, as constantes alterações no andamento, a falta de consistência na visão geral da obra, pianíssimos "etéreos" fora de lugar, enfim, um Vivaldi, a nosso ver, meio que "desastrado", sem nenhuma marca do Barroco Italiano e, portanto, sem qualquer autenticidade, circunstância gravíssima ainda mais em se tratando de peça tão notória quanto as 4 Estações.
Inaugurando o concerto, uma obra moderna cuja inclusão no programa só mesmo porque dedicada ao solista se justificaria, dado à pobreza da partitura.
A "redução", para orquestra de câmara, sofrida pelo adagio da 10ª Sinfonia, de Mahler, mostrou-se absolutamente inapropriada, mesmo tendo por objeto um movimento lento, pois, ainda nesses, o punch da produção Mahleriana demanda a grande orquestra, para a qual praticamente toda ela, com poucas exceções, foi escrita.
Salvaram-se, de certa forma, as "Estações" de Piazzola, mais pela novidade de quem não as conhecia, do que, propriamente, pela execução e, ouso dizer, pela própria música, que abusa dos clichês - quase todos geniais, reconheço - presentes
na obra do grande mestre contemporâneo argentino.
O conjunto, cujo trocadilho sem graça lhe batiza - em que pese a fama com que aqui aterrisou - cometeu surpreendentes pecados de afinação e sincronia, e próprio kremer, do alto de seu renomado virtuosismo, não parecia, infelizmente, estar em seus melhores dias.
A apresentação, decepcionante do início ao fim, teve, sim, uma coisa de bom: lembrou-nos das memoráveis "Estações" com que Fabio Biondi e sua Europa Galante nos arrebataram, há dois anos, na Sala Cecília Meireles. Penso que Biondi, mais cauteloso (e respeitoso), não se lançaria, mundo afora, com Piazzola, mesmo que o adorasse. A mesma lição, com Vivaldi, pelo menos, Kremer deveria aprender.
Bene-X
Histórias curiosas do mundo do jazz - como contadas pelo JD Raffaelli
08 novembro 2002
*****O famoso Tommy Dorsey foi ouvir o octeto do clarinetista Joe Marsala. No final da noite, empolgado com o que ouviu, contratou sete músicos de Marsala, que ficou sem banda de uma hora para outra. Dias depois, Marsala enviou um telegrama para Dorsey:
- Tommy, sugiro contratar-me para tocar na sua banda assim poderei tocar com a minha.*****
*****Esta quem me contou foi o pianista Dick Katz, em 1982, quando tocava com o noneto de Lee Konitz.
Katz tocava no quinteto de Oscar Pettiford quando aconteceu este epísódio, em 1955:
O quinteto foi tocar num bar do Village recém-inaugurado. Ao chegarem, as luzes do local estavam totalmente apagadas, apenas com duas velas acesas em mesas bastante afastadas uma da outra. Os músicos foram em direção ao que seria o palco guiados pela lanterna de um garçom (na verdade, não havia palco, era apenas um exíguo canto escuro com um piano e uma bateria). Kenny Clarke sentou na bateria e Dick foi para o piano. Tateando, Dick abriu a tampa do instrumento e começou a dedilhar o teclado. Horrorizado, deu-se conta de que faltavam várias teclas. Virando-se para Pettiford, disse-lhe:
Dick: - Não posso tocar.
Pettiford: - Por quê ?
Dick: - Estão faltando várias teclas.
Pettiford:- Trate de se virar porque começamos em 10 minutos.
Fazendo o que podia, como era de se esperar, o apavorado Dick Katz comprometeu a atuação do conjunto. No final da noite, Pettiford recebeu o cachê dos músicos das mãos do gerente da casa, não sem antes ouvir um conselho dele:
- Seu conjunto é bom, mas despeça o pianista porque ele é muito ruim. *****
*****Outro que bebia muito era o saxofonista Ben Webster. Abusava tanto da bebida que raramente se recordava de alguma coisa. Uma noite, totalmente embriagado, Webster tocava no clube Ronnie Scott´s, em Londres, quando avistou o cantor Billy Eckstine sentado no bar. Atirou-se com tal ímpeto ao velho amigo que ambos rolaram no chão. Levantaram-se, abraçaram-se e passaram o resto da noite conversando e bebendo. No dia seguinte, ao chegar sóbrio no clube, fato muito raro, Ronnie Scott dirigiu-se a ele:
Ronnie Scott: - Você e Billy Eckstine conversaram um bocado ontem à noite, não?
Ben Webster: - Eu e quem ?
Ronnie Scott: - Você e Billy Eckstine. Pelo papo que tiveram, esgotaram todos os assuntos.
Ben Webster: - Homem, você andou bebendo ? Não vejo Billy Eckstine há uns oito anos. *****
Por enquanto é só. Depois tem mais!
Uma coda da lista do JDR
Caso fosse obrigado a escolher UM ÚNICO DISCO para a ilha deserta, elegeria “Jazz Scene”, que reúne faixas de Charlie Parker, Ellington, Bud Powell, Lester Young, Art Tatum, Billy Strayhorn, George Handy, Ralph Burns, Willie Smith, Benny Carter, Coleman Hawkins, Harry Carney, Flip Phillips, Howard McGhee, Hank Jones, etc,etc, etc. Sem dúvida, Norman Granz concebeu um disco para a posteridade quando produziu este álbum.
Meus Favoritos
Art Blakey and The Jazz Messengers - Moanin`
Ben Webster - Stormy Weather
Coleman Hawkins - The Hawk Flies High
The Dave Brubeck Quartet - Time Out
Dexter Gordon - Go
Ella Fitzgerald / Count Basie - Jazz at Santa Monica 72
John Coltrane / Miles Davis - Live in Europe 1960
Lee Morgan - The Sidewinder
Lester Young - Lester Young With The Oscar Peterson Trio
Stan Getz / João Gilberto - Getz/Gilberto
Abraços!
Mestre JDR
07 novembro 2002
Nosso editor-chefe, amigo de insuspeita e das mais raras sensibilidades que conheço, já posicionou a lista, muito apropriadamente, como uma possível Valhalla musical, mas quero ir além.
Mestre JDR sempre foi a referência obrigatória para qualquer apaixonado por jazz. Lembro-me, ainda jovem, que após assistir a qualquer show jazzístico sempre ficava aguardando a crítica dele, invariavelmente bem escrita, com elegante textura, e, especialmente, lastreada por um imenso, descomunal conhecimento do assunto. Não raras vezes me emocionei ao constatar que meu sentimento coincidia com o do Grande Mestre.
A surpresa - privilégio, melhor dizendo - de merecer desfrutar da torrencial lista por ele apresentada, e que levarei talvez mais de uma vida para poder compreender, só nos faz lamentar que não se possa partilhá-la com um público de maior espessura, visto que nosso muro não tem o alcance que a importância do "tratado" merece. Sugiro que essa lista seja veiculada, tal qual numa corrente, para todos os amigos que tenham o que se chamaria de sensibilidade mínima - justamente a que não tiveram, e não têm, os Pithecanthropus (não eretus, por evidente) que dirigem as redações de nossos "jornais" (não sei se cabe a expressão), muito bem cunhados, por Mau Nah, de "não-seres".
A manifestação inicial dos confrades listando os discos que possuímos entre aqueles elencados pelo Mestre faz-me crer que teremos um período de turbulência pela frente, que só se dissipará quando tivermos ouvidos todas, rigorosamente todas, as referências apresentadas.
Benção, Grande Mestre.
10 + do Marcelon
06 novembro 2002
Eu não vou falar dos 10 preferidos porque é tanto disco bom que fica difícil lembrar, ainda mais que os meus estão encaixotados(estou de mudança). Por isso vou citar 10 que eu gosto muito e que acho que tem a sua importância:
God Bless The Child, Kenny Burrel;
Blue Skies, Stan Getz;
Oscar Peterson Trio With Milt Jackson;
We Will Meet Again, Bill Evans;
You Must Believe in Spring, Bill Evans;
The Trumpet Summit Meets The Oscar Peterson Big 4;
Remembering Bud Powell, Chick Corea;
The Cannonball Adderley Quintet in San Francisco;
Blue Train, John Coltrane
As outras listas do Raffaelli
"... Após minha lista preliminar, com imensa dor no coração fui obrigado a cortar discos igualmente fundamentais da história do jazz: Benny Goodman Live at Carnegie Hall / Coleman Hawkins “Body and Soul” / Lennie Tristano-Lee Konitz “Intuition” / Lester Young “The Complete 1936/1944 recordings / George Russell “Jazz Workshop” / O fabuloso Art Tatum “Piano Starts Here” / Miles Davis “Kind of Blue” / Sonny Rollins “Saxophone Colossus” / “Thelonious Monk Orchestra at Town Hall” / Freddie Redd “The Connection” / Frank Wess-Milt Jackson “Opus de Jazz” / .... e vou parando por aqui porque extravasei demais! ...
Evidentemente, alguns dos meus discos favoritos não estarão na lista: o FABULOSO “Duke Jordan Live in Japan” / o FANTÁSTICO “Barney Wilen” / o FENOMENAL Herbie Nichols “The Third World” / Tommy Flanagan “Overseas” / Kenny Dorham “Whistle Stop” e “At the Café Bohemia” / Wardell Gray “The Giant” e “Memorial” / Lester Young Trio / Louis Armstrong “Satchmo at Symphony Hall” / Cedar Walton “At Sweet Basil” / Sonny Rollins + 4 / “Lee Konitz with the Gerry Mulligan Quartet” / “The Gerry Mulligan Quartet with Chet Baker“ / Dizzy & Parker “The Quintet - Jazz at Massey Hall” / “The Eminent J. J. Johnson” e “Say When” / Art Blakey “At the Café Bohemia” e “At Birdland” / Tadd Dameron “Fontainebleau” / Charles Mingus “Mingus Ah-Um” / Coleman Hawkins “Rainbow Mist” / “The Incredible Jazz Guitar of Wes Montgomery” / “Benny Goodman Sextet featuring Charlie Christian” / George Russell “Jazz Workshop” / Teddy Charles Tentet / Randy Weston “The Spirit of Our Ancestors” / Lester Young “The President Plays” / Al Cohn “Mr.Music” / Oscar Pettiford “Deep Passion” / Fats Navarro “Nostalgia” / Oscar Peterson “Night Train” e “Oscar Peterson Trio with Milt Jackson – Very Tall” / Count Basie “The Complete Atomic Mr. Basie” e “The Best of Big Bands” / Serge Chaloff “Boston Blow-Up” e “Blue Serge” / Shelly Manne & His Men “The Swinging Sounds vol. 4” / “Ben Webster and Strings” / Gigi Gryce “Jazz Laboratory” / “Hank Jones Quartet” / Paul Chambers “Bass on Top” / John Coltrane “Giant Steps” e “John Coltrane & Johnny Hartman” / Ellington “And His Mother Called Him Bill” e “The Far East Suite” / “Art Farmer Plays the Arrangements and Compositions of Gigi Gryce and Quincy Jones” e “Art Farmer Quintet” / Clifford Brown “Memorial Album” / Dexter Gordon “Go” e “A Swingin´ Affair” / “The best of Chet Baker Sings” / René Urtreger-Pierre Michelot-Daniel Humair “HUM” / Benny Carter “The Best Recordings 1929-1940” / Kenny Barron “The Wanton Spirit” / “Miles Davis and The Modern Jazz Giants”, “Milestones” e “Round About Midnight” / Zoot Sims “Zoot!” / “Introducing Jimmy Cleveland” / Donald Byrd “Byrd in Paris” e “Parisian Thoroughfare” / “The Amazing Bud Powell” vols. 1 e 2 / Sonny Stitt “Stitt Plays Bird” e “Endgame Brillance: Tune-up! - Constellation” / Nicholas Payton “Gumbo Nouveau” / Gene DiNovi “The Return of a Jazz Giant” / Bill Evans “Portrait in Jazz” e “At Montreux” / Jackie McLean “Lights Out” / Danny D´Imperio “Blues for Philly Joe” / “Art Tatum & Ben Webster” e Art Tatum “The Complete Capitol Recordings” / Milt Jackson “Wizard of the Vibes” / McCoy Tyner “Remembering John” / Mark Elf “The Quintet” / Mark Whitfield “New York Scene” / Lionel Hampton “The Legendary Decca Recordings” e “Hot Mallets” / Billie Holiday “The Complete Commodore Recordings”, Sarah Vaughan “How Long Has This Been Going On ?” / , etc, etc, etc, a lista é interminável."
Portanto, caríssimos colaboradores e leitores, acho que temos material para muita pesquisa e inúmers audições. Fico muito feliz de poder contar com esse experiente navegador a bordo, apontando-nos o caminho para bem próximo do Valhalla musical.
Que belíssima contribuição ao CJUB e mais ainda, à nossa cultura jazzística. Ave, JD!
10 discos de jazz para levar para uma ilha deserta - José Domingos Raffaelli
05 novembro 2002
"Tenho acompanhado diariamente a sua página, sempre ávido por novidades e opiniões, inclusive dando alguns palpites. Tenho observado que todos, sem exceção, são entusiastas dedicados, e quando intervêm com precisas observações demonstram que sabem do que estão falando (melhor dizendo, escrevendo).
A idéia da seleção para a ilha deserta é um fascinante exercício de escolha, extremamente dificultado pelo número reduzidíssimo de itens dentro do universo infinito constituído por milhões de discos/CDs dos melhores músicos que povoam/povoaram nosso planeta. Sinto-me honrado em dar minha relação, que, obviamente, será bastante diferente da maioria e certamente despertará aquela reação a que me habituei ao longo dos anos: “Isso é lista de quem vive do passado”.
Sem querer alongar-me para não ser demasiado maçante, quero registrar um aspecto quando trata-se de organizar listas ou relações dos melhores e/ou dos favoritos. Não faz muito tempo, uma revista carioca pediu-me a relação dos meus 10 pianistas favoritos. Para esclarecer devidamente a questão, perguntei ao editor se eram os 10 favoritos ou os 10 melhores. Para grande surpresa minha, ele respondeu: ”É a mesma coisa”. Ponderei que eram coisas completamente diferentes, acrescentando que enviaria minha lista dos 10 melhores de todos os tempos. A grande maioria dos 50 votantes era de pianistas brasileiros. Quando foi publicada a relação, li espantadíssimo a que ponto chegava a ignorância jazzística dos nossos músicos. Para você ter uma idéia, nomes como Perna, Cid Trovão, Hermeto, Mazinho e outros foram mais votados do que Bud Powell, Phineas Newborn, Duke Jordan, Earl Hines, Teddy Wilson e Fats Waller.
Claro, isto nada tem a ver com a lista que vocês me pedem. Apenas é para esclarecer que darei a relação de 10 discos fundamentais da história do jazz, obras-primas indispensáveis que marcaram indelevelmente a grandeza da música dos músicos, apontando novos caminhos para sua evolução, e que deveriam fazer parte da cápsula do tempo entre as maiores realizações da humanidade. (...)
Aqui vai (sem ordem de preferência):
Louis Armstrong – The Hot Fives and Hot Sevens
Duke Ellington – The Blanton-Webster Band
Charlie Parker – The Savoy and Dial Recordings
Dizzy Gillespie – Groovin' High
Bud Powell – The Genius of Bud Powell
Count Basie – The Best of Count Basie with Lester Young
Thelonious Monk – Genius of Modern Music
Fats Navarro – The Complete Blue Note and Capitol Recordings
Clifford Brown – The Complete Blue Note and Pacific Jazz Recordings
Miles Davis – The Birth of the Cool
Sei que a rapaziada vai questionar a ausência de Bill Evans (grande favorito dos jovens, do qual tenho cerca de 40 CDs), Coltrane, Serge Chaloff (um dos meus grandes favoritos), Keith Jarrett, Ornette Coleman, etc, etc., Claro, sei que a relação será considerada “quadrada”, mas minha lista está longe de ser a ideal e jamais poderá agradar aos que começaram sua vida jazzística auditiva há menos tempo do que eu." (...)
Aí, portanto, os 10 de outro mestre, com suas próprias explanações. Em breve, estaremos publicando suas outras duas listas:
a. os discos que precisou cortar, para listar os 10 acima e b. sua lista de favoritos.
Aguardem!!!
04 novembro 2002
1) ART BLAKEY & THELONIOUS MONK
2) BILL EVANS ( SUNDAY AT V.VANGUARD )
3) BILLIE HOLIDAY ( SONGS FOR DISTNGUE LOVERS )
4) CHARLIE PARKER W/ STRINGS
5) CHET BAKER SINGS
6) COLTRANE ( BALLADS )
7) COLTRANE & HARTMAN
8) DUKE ELLINGTON ( THE UNKNOWN SESSIONS )
9) KEITH JARRETT ( KOLN CONCERT )
10) MILES ( KIND OF BLUE )
10 discos de jazz para levar para uma ilha deserta - Arlindo Coutinho
Brilliant Corners - Thelonious Monk;
Parker with Strings - Charlie Parker;
A Night at Birdland, Vols. 1 e 2; Art Blakey*;
Sunday at the Village Vanguard - Bill Evans;
World State Man - Dizzy Gillespie;
Jazz Giant - Bud Powell;
Manhattan Simphony - Dexter Gordon;
Round Midnight - Miles Davis;
Lady in Satin - Billie Holiday;
Big T - Jack Teagarden, Louis Armstrong;
N. da R.: Essa excelente lista de discos do Arlindo é -para todos aqueles que desejem se iniciar no jazz ou mesmo para aqueles que ainda não os detém- tão importante como um kit de primeiros socorros, absolutamente indispensáveis não só numa ilha deserta mas em toda e qualquer discoteca de jazz. Show!
N. da R.: A lista anterior foi editada a pedido do autor para ajustar o nome do disco atribuído a Clifford Brown a seu verdadeiro líder, Art Blakey, e o nome efetivo de catálogo*.
10 discos de jazz para a próxima encarnação - Fraga
02 novembro 2002
1. John Coltrane & Johnny Hartman - John Coltrane & Johnny Hartman
2. John Coltrane - Giant Steps
3. Bud Powell - Jazz Giant
4. Bill Evans - You Must Believe in Spring
5. Miles Davis - Kind of Blue
6. Dizzy Gillespie & Charlie Parker - Diz and The Bird
7. Duke Ellington - And His Mother Called Him Bill
8. Ben Webster - Soulville
9. Ella Fitzgerald & Ellis Larkins - Ella Sings Gershwin
10. Billie Holiday - All or Nothing at All
P.S. Não querendo meter a mão na cumbuca preparada por Mau Nah, e resenhada por Bene-X, sequer acho Djavan razoável, quanto mais jazzista.
P.P.S. Sugiro que façamos uma lista semanal de 10 discos, de forma que, ao longo de 10 semanas, tenhamos elencado nossos 100 favoritos, e acompanho Bene-X quanto à dificuldade de não pecar ao eleger somente 10, míseros 10, discos.
10 discos de jazz para levar para uma ilha deserta - Mau Nah
Quartet West - Charlie Haden; (Polygram/Verve)
Ballads - John Coltrane Quartet;(Impulse)
But Beautiful - Bill Evans Trio com Stan Getz;(Milestone)
Parker's Mood - Roy Hargrove Trio (Stephen Scott, Christian Mc Bride);(Verve)
Talk That Talk - Johnny "Hammond" Smith; (Prestige)
Ella Fitzgerald Sings the Cole Porter Songbook, Complete - (Verve)
Blue Serge - Serge Chaloff; (Capitol Jazz)
Ouro Negro - Moacir Santos Orquestra;(Universal Music)
Kind of Blue - Miles Davis; (Columbia/Sony)
The Tender Trap - Stacey Kent; (Chiaroscuro)
10 discos de jazz (só jazz) para levar para uma ilha deserta - Bene-X
31 outubro 2002
- Kind of Blue, Miles Davis Sextet (Columbia)
- You Must Believe in Spring, Bill Evans Trio (Warner)
- Jazz at Santa Monica 1972 (Triplo, mas vale como 1) (JATP, Count Basie Orchestra & Ella Fitzgerald) (Pablo)
- Money Jungle (Duke Ellington, C. Mingus, M. Roach) (Blue Note)
- Miles Davis quintet & the Gil Evans Orchestra, live at the Carnegie Hall, 1961 (Duplo) (Columbia)
- John Coltrane & Johnny Hartman (Impulse)
- Shirley Horn, Here´s to Life (Verve)
- Getz/Gilberto (Verve)
- Bill Evans, Symbiosis (Verve)
- Billie Hollyday, Lady in Satin
Obs. 1: Já sei, JDR, Sazz e demais amigos, nenhum registro de Bird ou Satchmo ou Dizzy ou Bud ou C. Hawkins ou B. Webster ou Tatum ou Monk, etc. ? Que absurdo ? Claro, respeito. São todos gênios e donos de gravações históricas e de importância ímpar na história do Jazz. Mas são só dez permitidos e, pelo menos nessa primeira lista, valeu a emoção que os CD´s acima proporcionaram e ainda proporcionam, desde a 1ª até sua mais recente audição. Todos são inesgotáveis fontes de novas descoberta - a cada audição, repito - e prazer, um enorme e transcendental prazer de experimentar arte verdadeira, de artistas verdadeiros, em puro estado de graça;
Obs. 2 - Djavan é jazz ? Só porque tocou muito com músicos de Jazz (principalmente a turma de Los Angeles); não concordo, data venia, com este parâmetro, em particular, proposto por nosso editor-chefe; Djavan é MPB, a meu ver, e só. Ótima MPB, aliás, do que de melhor a música brasileira produziu. Mas Jazz ? Milton, então, por ter gravado com W. Shorter e H. Hancock, p.e., também é Jazz ?
Obs. 3 - Reservo-me para oferecer uma lista talvez mais amadurecida ao longo dos próximos dias, mormente após o rol dos demais conrades.
Obs. 4 - É possível, pela certa obviedade de minhas escolhas, que, ao longo de dois anos, passem, em algum momento, a ser cansativos alguns. Mas 10 discos durante dois anos ? Só 10 ? Para quem já passou dos 500, como todos nós, fazer uma lista dessas é, senão impossível, no mínimo, torturante, em que pese o delicioso exercício de diletantismo.
No aguardo do próximo rol,
Bene-X
10 discos de jazz (só jazz) para levar para uma ilha deserta
Em dezembro, depois das listas publicadas, tentaremos fazer "a lista" definitiva, de acordo com as coincidências ou os discos mais lembrados. Os leitores em geral podem e devem participar enviando email para qualquer dos editores cujos nomes estão na linha de boas vindas, junto ao cabeçalho do blog ou ainda via os comentários desta nota.
Lembrem-se todos que, em relação às relativas conceituações sobre o que é considerado Jazz: 1.Kenny G não toca jazz, por mais que tente; 2. Djavan é jazz; 3. Eventuais dúvidas quanto a essa classificação serão dirimidas pelos editores e, em caso de empate, será ouvido nosso J.D, que, qual Minerva, dará sua palavra final.
Parece fácil. Não é. Mãos à obra.
E-Mails de J.D. Raffaelli - nº 00002
24 outubro 2002
Caríssimo Mauro,
Tudo bem ?
Grato pelo gentil email. Graças a Deus, estou em ponto de bala, guardadas as devidas proporções para quem chegou à minha idade provecta.
Quando comecei a ouvir jazz (e lá se vão 62 anos...), a notícia da morte de um músico era bissexta e causava comoção na reduzidíssima comunidade jazzística do Rio. Passadas seis décadas, com o vertiginoso aumento de músicos em atividade, são raras as semanas em que aquela sinistra senhora com a foice na mão não ceifa uma vida....
Quanto à nostalgia, sinto muitas saudades do tempo em que ouvi ao vivo Parker, Dizzy, Ellington, Bud, Lester, Armstrong, Clifford Brown, Hawkins, Hampton, Dexter, Basie, Goodman, Tommy Dorsey (embora não fosse jazz, foi o meu primeiro ídolo), Monk, Coltrane, Billie, Sarah, Ella, Eldridge, Buddy Rich, Al Haig, Mingus, George Wallington, J. J. Johnson, Stan Getz, Zoot Sims, Kenny Dorham, Al Cohn, Shelly Manne, Hank Mobley, Milt Jackson e o Modern Jazz Quartet, Wardell Gray, Blakey, Johnny Hodges, Jack Teagarden, Kenny Clarke, Pettiford, Wynton Kelly, Lee Morgan, etc, etc, etc.
São alguns dos gigantes do jazz mesclados a outros luminares que, se vivos estivessem, certamente seriam considerados entre os mais influentes da atualidade.
Tive muita sorte em ver/ouvir ao vivo todos esses músicos fabulosos.
Por causa do jazz, aprendi inglês. E por causa do jazz fui dezenas de vezes a NY, deixando de conhecer Londres, Paris, Roma e Genebra, onde meu irmão serviu como diplomata. Chamavam-me de louco por só ir a NY, mas era o que eu queria, sempre fui para me reciclar, ouvir novos talentos, conhecer o que havia de novo. Em tantas viagens, fiz amizade com muita gente do jazz, incluindo músicos, críticos e empresários. Entre 1997 e 2001 fui oito (8) vezes!!! E só não fui este ano por ter sido dispensado do Globo.
Vocês só encontrarão discos do Renaud na Europa. Se quiserem, o Flavio [Raffaelli, filho do J.D.] pode pesquisar entre seus distribuidores e informaremos os títulos.
É bom esclarecer que Renaud parou de tocar em meados dos anos 60, dedicando-se ao trabalho de diretor artístico do departamento de jazz da CBS francesa. O grosso da discografia dele foi nos anos 50.
Claro que será um prazer se você transcrever qualquer notícia que eu passar. A informação sobre o Renaud peguei no Jazz Corner (www.jazzcorner.com, seção Speakeasy).
Acho que já lhe contei: seu pai me incentivou a escrever sobre jazz. Eu conversava muito com ele quando trabalhava com meu pai na Rua do Acre.Seu pai era um homem muito inteligente, muito culto e bastante sensato, com pensamentos e opiniões das mais equilibradas em quaisquer assuntos. Um dia, fomos tomar café e eu disse-lhe que não gostava de trabalhar no ramo de secos & molhados, o que entristecia sobremaneira meu pai. Foi quando o Sr. Giuseppe foi taxativo: "Se o que você quer fazer é escrever sobre música, não desista, do contrário você vai se arrepender o resto da vida". Não me arrependi, mas olhando em perspectiva sei que não foi uma boa opção para construir uma vida com estabilidade financeira num país como o Brasil.
Obrigado novamente e grande abraço.
Keep swinging,
Raffaelli
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(This painting copyright © Nancy Ostrovsky, www.nancyostrovsky.com - All Rights Reserved.)
E-Mails de J.D. Raffaelli - nº 00001 - :-)))
Mais um jazzman que se foi....
Morreu sábado, aos 77 anos, o excelente pianista francês Henri Renaud, que também produziu uma série de discos nos Estados Unidos e na França.
Ele gravou com J. J. Johnson, Oscar Pettiford, Clifford Brown, Art Farmer, Milt Jackson, Jimmy Cleveland, Gigi Gryce, Max Roach, Tal Farlow, Al Cohn, Gene Ramey, Walter Bolden, Lee Konitz, Jimmy Gourley, Frank Foster e Kai Winding, Entre os europeus, gravou com Bobby Jaspar, Jean-Louis Viale, Bernoit Quersin, Jean-Louis Chautemps, Benny Vasseur, Pierre Michelot e muitos mais.
Em 1954, Renaud produziu cinco álbuns muitos bons em New York. Organizou sessões com os trios de Duke Jordan, George Wallington e Al Haig, seus pianistas favoritos, mais duas em sexteto com J. J. Johnson, Tal Farlow, Pettiford, Roach, Cohn, Jackson, etc.
Este email é só para informar o desaparecimento de outro músico de jazz.
Compartilhando um pouco da história do jazz, como vivida por um verdadeiro entusiasta
Mestre Raffaelli é um dos maiores conhecedores de jazz do planeta, tanto na teoria como na prática. Testemunha ocular (e auricular) de performances de inúmeros monstros sagrados dessa arte há 62 anos, J.D. (ou seria Jedi ?) é proficiente na matéria. Foi colunista de Jazz nos principais jornais do Rio de Janeiro por longos anos e sua elegância e conhecimento sempre fizeram de seus textos experiências enriquecedoras. Em suma, um must para todos os que procuravam informações sobre o que estava acontecendo no panorama jazzístico mundial.
Numa troca recente de mails, perguntei-lhe se me autorizaria a reproduzir aqui, no corpo principal do blog, alguns de seus escritos e reminiscências, pedaços saborosíssimos de sua história, que vinha, homeopatica e comedidamente dividindo conosco nos comentários aos nossos posts. Para minha grande alegria (e agora de todos) obtive seu "nihil-obstat".
Passarei a transcrever, portanto, as partes dessas correspondências que possam ser do interesse comum e peço a ele especial permissão para incluir nisso, um trecho que me relembrou hoje, quando afirma que foi meu próprio pai (amigo e colega de profissão do pai dele, sr. Umberto Raffelli -uma pessoa que guardo na lembrança como um refinado e elegantíssimo gentleman) quem deu-lhe estímulo para ser o grande conhecedor e principalmente grande "curtidor" dessa vertente musical que nos emociona todos os dias.
Abaixo, o email número 1 da série, que desejaria pudesse ser o início de uma longa troca de informações para o deleite de todos. Notem a reserva numérica que farei na ordenação...
Sonhar não custa nada II
Ah, e o link para o site da 52ndStreet já está na coluna da esquerda.
Desenrolada a passadeira vermelha...
19 outubro 2002
Antes, trata-se da nossa forma de receber com toda a circunstância a chegada de um ilustre colaborador como o Marcelão. Que finalmente juntou-se a esta hoste de bárbaros e tártaros litigantes pela continuidade do jazz nestas nossas plagas assoladas por tantos quantos jornalistas tão vermelhos como incompetentes como alguns "fedorentos", com cheiro de corpo e de corporativismo imbecil que se empoleiraram no ex-maior jornal do país, ora reduto dessa fauna monoideática.
Marcelão, mais que bem-vindo, sinta-se em casa para falar principalmente de jazz, mas também (e a pedido de outros co-editores), de música que importe, sem rótulos.
Michel Petrucciani
15 outubro 2002
Em magnífica forma, Petrucciani apresenta, na seqüência, uma leitura estupenda da improvável "Besame Mucho" (definitiva versão), e, sem destoar do calibre, emplaca, ainda, de forma antológica, "Autumn Leaves" (na minha opinião comparável à versão de Legrand com Grappelli) e "Take the A Train". O disco é fechado com as clássicas "Caravan" e "Round Midnight", às quais é reservada a mesma sorte das demais.
Em êxtase absoluto, aguardo as versões duo (com Niels Pedersen) e trio (com mano e Lenny White), já passando a bola a quem quiser resenhá-las.
Grande achado de Mr. Sazz, e, parafraseando nosso editor-chefe, Mau Nah, trata-se de um @@@@@, com louvor.
Desculpas
A minha dica é o cd do Gary Burton LIKE MINDS. Ele está acompanhado de Chick Corea, Pat Metheny, Roy Haynes e Dave Holland.
É um belo disco em que os músicos estão soltos e criativos resultando em boas composições e muita criatividade.
Quero mandar um abraço a todos e endossar os comentários do Fraga sobre o disco do Charlie Haden c/ Egberto.
14 outubro 2002
O CJUB ganha um novo -em todos os sentidos bons- editor
10 outubro 2002
Bem-vindo, portanto, caro Marcelinho, ao time de "cítricos" musicais deste pedaço. E, agora, pousando sua mão direita sobre o Kind of Blue, faça conosco o juramento solene de que vai manter olhos e ouvidos atentos na perpétua busca de discos/vídeos com Jazz de ótima qualidade, que todos (em conjunto e nesse clima de grande camaraderie, não só graças ao Uísque e os Charutos mas à amizade desinteressada) merecemos desfrutar.
E sinta-se como em seu próprio Blog.
Entrando Para a Turma
09 outubro 2002
Gostaria também de dizer a todos que consegui uma preciosidade. "Lester Young With The Oscar Peterson Trio" remasterizado pela Verve contém os LPs Lester Young With The Oscar Peterson Trio 1 e 2, The President e The President With the Oscar Peterson Trio. Fantástico! Emprestei ao David, quem quiser é só pedir...
Egberto Gismonti & Charlie Haden
Ouvi, ontem, com imperdoável atraso, uma preciosidade chamada "In Montreal", apresentação de Egberto Gismonti & Charlie Haden, em 6 de julho de 1989, no Festival Internacional de Jazz de Montreal.
Nesse histórico registro, Charlie Haden pavimenta uma estrada onde Egberto Gismonti, ora no piano ora no violão, desfia diversas de suas mais primorosas composições. É inacreditável o conteúdo da obra, que nos deixa inebriados desde os primeiros acordes, não se observando o deperdício de uma nota sequer, e todas elas, rigorosamente todas, carregadas de uma poesia infinita.
Atingindo índices de sonoridade que ultrapassam a excelência, Gismonti em algumas passagens nos dá a impressão de haver não um mas dois pianos no palco, e a sintonia havida com o baixo de Haden entra para qualquer antologia que se queira fazer de duos.
Não ouvia, há muito, "Palhaço", que apresenta uma leitura diferente, calcada num colchão criado pelos belíssimos acordes de baixo, e, também, a estupenda "Don Quixote", numa releitura de levar às lágrimas qualquer ser que tenha um mínimo de sensibilidade.
Música para o espírito, conforto para a alma.
Wanda Sá
Cuidadosamente produzido e de repertório impecável, onde são resgatadas algumas de nossas melhores pérolas musicais, o espetáculo nos privilegia, ainda, com uma formação de primeiríssima linha, com destaque para Gilson Peranzetta e Márcio Bahia (das nossas melhores baquetas, cada dia melhor).
Entre as gratas surpresas trazidas por Wanda - em estupenda forma - não há como não mencionar a faixa-título, verdadeira bênção da Bossa Nova, e, também, a luxuosa versão de Nãnã, do grande Maestro. Somada a isso, "What a wonderful world", inesperada surpresa (consta do disco), que nos remeteu às mais consagradas versões desta preciosidade.
Qualquer palavra que se diga estará sempre aquém do turbilhão de sensações que a audição do disco nos propicia.
Show para ver, disco para ter - ambos indispensáveis.
Sonhar não custa nada...
20th Anniversary San Francisco Jazz Festival
http://sfjazz.org
October 23-November 10, 2002; San Francisco, CA
800-850-SFJF
Kurt Elling, Ellis Marsalis & Bobby Hutcherson Duet, Wayne Shorter, Brian Blade, John Patitucci, Caetano Veloso, Ornette Coleman Trio, Ahmad Jamal, Nicholas Payton's Soul Patrol, Toots Thielemans, Kenny Werner, Oscar Castro-Neves, Branford Marsalis, Jane Monheit, Wayne Shorter, Bill Charlap, Eddie Daniels with Bucky Pizzarelli and Joe Locke, Jon Jang with David Murray, Charlie Hunter and Idris Muhammad Duo, Vijay Iyer and Rudresh Mahanthappa, Rubén Blades, Elvin Jones Jazz Machine, Michel Camilo, Tin Hat Trio, Ahmad Jamal, Lynne Arriale, Greg Osby. Herbie Nichols Project, Graham Connah, Bobby McFerrin, Mark Murphy, Kurt Elling, Charles Lloyd, Tomasz Stanko, more!
Quem se habilita?
Link para a MUSICNET
07 outubro 2002
Então, todos à dita página e ao Flávio, em busca de preciosidades fonográficas ou mesmo do último disco da Wanda Sá (gostou, Prof. Sazz?), Domingo Azul do Mar. Se ele não tiver, tenho certeza de que arruma.
Pedido de SOS: para entender as cotações da Down Beat
05 outubro 2002
Branford Marsalis, amado por uns e odiado por outros tantos, sai-se bem com um 4 pelo Footsteps of Our Fathers, enquanto a já conhecida e cerebral pianista e cantora Patricia Barber leva um distinguido 4,5 pelo seu Verse (cujo lançamento noticiamos aqui em agosto numa nota hoje nos arquivos à esquerda, que inclusive dá acesso à audição de 2 faixas), talvez assim impulsionando sua excelente vendagem, conforme atestam os rankings dos sites da CDnow e da Amazon.
Estou bastante curioso.
ACCARDO E REGINA CARTER
02 outubro 2002
Bene-X
CHALOFF
27 setembro 2002
"David
Nossa pizza'n'jazz foi divertida, né? Raffaelli e Mike já querem saber quando será a próxima (deveria ser uma "Mesa Redonda" na TV Record, todos os domingos). Bom, como você sabe, neste sábado a turnê mundial do Clube de Jazz continua: vamos fazer (de quarteto: Tommaso, Daniel e João Cortez) ali no tal Cantinho D' Alice (R. Alice 146); não apenas você está convocado, mas toda a galera do "charutojazz". Faremos, além deste sábado 28/09, todos os sábados de outubro, começando a emanar bemóis por volta de dez da noite (o horário oficial me parece que é 21:30). O Raffaelli me mandou um e-mail perguntando se você iria lá; ficaríamos felizes com vossa presença. Fique tranqüilo: não vou tocar nenhum little cry...
Abraços do Dôdo."
Acumulando experiência: Bené X e o tempo que foge...
De qualquer maneira, desejamos ao David muita saúde para continuar cobrindo seus amigos com suas amabilidades e gentilezas, além de poder mantê-los bem entretidos com suas sempre descoladas descobertas fonográficas. Cheers!!!
Um @@@@@ "con gusto": SERGE CHALOFF - Blue Serge
26 setembro 2002
Já na primeira faixa um baque, pois Chaloff na quarta frase já emite algumas notas nos registros mais graves do sax, como a mostrar seu perfeito domínio do que é considerado o menos comum dos saxofones. Mandei embrulhar e corri para o escritório, onde tinha como ouvir com calma. E meu assombro só foi aumentando, à medida em que realizava o tamanho da minha ignorância a respeito desse músico magnifíco, comparada à sua maestria. Daí em diante tenho ouvido Serge a cada dia. E ainda está melhorando.
Serge Chaloff teve vida curta, nasceu em 1923 e morreu em 1957, com 34 anos apenas. Considerado um dos maiores solistas do barítono, sucedeu a Harry Carney e precedeu a Mulligan. Viciado em drogas pesadas, teria arruinado diversas oportunidades na vida e na carreira por causa desse hábito. Suas principais aparições foram com Jimmy Dorsey, de 46 a 47 e com Woody Herman, como um dos "Four Brothers", entre 47 e 49. Depois de rápida aparição com Count Basie e seu octeto em 50, voltou à Boston natal para se livrar do vício. Como o crítico Scott Yanow reporta, "ironicamente, quando se livrou das drogas, Chaloff contraiu uma paralisia na espinha que o levou a gravar sua última sessão numa cadeira de rodas".
De volta a Blue Serge: Chaloff é aqui acompanhado por Sonny Clark(p), Leroy Vinnegar(b) e por Philly Joe Jones(dr) e desfia 8 petardos com uma inventividade serena e elegante, que cada vez mais me atrai. As faixas são: Handful of Stars, Goof and I, Thanks for the Memory (soberbo), All the Things You Are, I've Got the World on a String, Susie's Blues, Stairway to the Stars (magnífica) e How About You.
É um disco para ser ouvido e não descrito, pois temo não alcançar um relato à altura. Está à disposição dos amigos. É um must: must listen, must have. Um perfeito @@@@@.
24 setembro 2002
Ao Mau Nah principalmente, informo que o último da Patricia Barber " Verse " ( Blue Note ) até então seu trabalho mais autoral, sem standards, mas nem por isso muito bom @@@@ e com a brilhante participação do Dave Douglas, na minha opinião um dos mais criativos musicos da atualidade, indicando novos caminhos para o bom e velho JAZZ, sem perder sua essencia.
PARA DELEITE
23 setembro 2002
Já foram todos parar na minha wish list da BN.
2) À disposição de todos, THE SECRET SESSIONS, e s p e t a c u l a r box com 8 CD´s de gravações do Bill Evans, feitas por um fã, durante 11 anos no Village Vanguard, remasterizadas após, por Orrin Keepnews. A qualidade de som, excepcional; o booklet, ótimo. Alguns bateristas e um baixista que não tocavam regularmente com Bill. Vários temas que Bill não gravou em seus discos de carreira. A música, @@@@@ é pouco !
Bene-X
Ella
Como qualquer espécie de comentário a respeito será sempre supérflua, e passadas várias audições desde então, registro apenas que o disco capta, com a melhor precisão, tudo o que pode haver de melhor em termos de elegância e textura musical.
Many thks, mestre JDR.
Ellis Larkins
21 setembro 2002
O clima londrino me inspirou a ouvir o estupendo "The Grand Reunion", para muitos o álbum precursor dos chamados jazz duets, onde o grande Larkins toca com Ruby Braff, tocando algumas das mais preciosas pérolas musicais de que tenho conhecimento - em especial as antológicas versões de "Liza", "The very thought of you" e "Love walked in".
Concordo com o grande mestre quanto às características underrated e underground de Larkins, talvez o pianista de maior sensibilidade ao acompanhar uma vocalista, e, respondendo à indagação colocada, sim, conheço o disco em duo com Ella Fitzgerald interpretando canções de Gershwin, "Sings Gershwin" (Decca, 1950), mas não o possuo, infelizmente.
20 setembro 2002
Com a certeza de que a chegada do JDR só vai multiplicar os positivos do nosso blog, desejo bom fim de semana a todos.
AGRADECIMENTOS E LEMBRANÇAS
Num segundo tempo, saúdo os debuts, em nosso Blog - cada vez melhor - do Comendador Fraga e do Mr. Encyclopedia J.D. Raffaelli, que muito irão enriquecer os debates.
A todos, outrossim, lamento que o nome de Elis Regina não esteja em qualquer das listas postadas, considerando que, numa história que me foi contada pelo próprio Miele, no primeiro show de Elis em Montreux, Art Blakey a ele disse que estava diante de uma das 20 maiores cantoras brancas do mundo, para, no set seguinte (que foi inferior, já que, hoje, os dois concertos foram lançados em CD), aclamá-la como uma das dez maiores do mundo, BRANCAS E NEGRAS. Portanto, Elis é uma cantora que ultrapassou a fronteira simplesmente da MPB, tal como, aliás, TODAS as grandes divas da canção popular o fizeram, com os repertórios de seus países.
Lembro, finalmente, em especial ao Raffaelli, o reencontro de Ella com Larkins no Festival de Newport de 73, onde, entre outras pérolas, a diva eternizou, em sublime e definitiva versão - a melhor de todos os tempos, a meu ver - "people".
Aliás, este registro, de 73, em Newport, é, a meu juízo, o melhor, ao vivo, de Fitzgerald, ao lado de Stockholm 66 (c/ Duke) e Santa Monica 72 (c/ Count e JATP), em toda a sua carreira.
Raridade
Acabam de chegar, diretamente de Ciudad de La Habana, 4 exemplares do raríssimo (!!!) Torpedo comemorativo dos 155 anos da fábrica Partagas, em capa clara. A curiosidade, além da excelência do produto, é que o formato é o do Torpedo original, fechado nas duas pontas - muitos tratam o Pirâmide, fechado em apenas uma delas, como sendo Torpedo - a diferença fundamental se observa na queima mais gradual e por igual, quando dada neste último. É coisa para profissional, e já os estou cuidando, em meu melhor humidor, para o próximo evento nos domínios de Mau Nah, que permite o fumacê, sugerindo, desde logo, que a sessão seja exclusivamente dedicada a Bil Evans, quiçá assistindo, na íntegra, ao couvert com que Mr. Bene-X nos apresentou, e que o infalível Sazinho já cuidou de arrumar as cópias, que nos chegam hoje.
Nosso mais novo co-editor
18 setembro 2002
Por oportuno, registro, ainda, corroborando com o Sazinho, que a hospitalidade de Mr. Bene-X no domingo foi irrepreensível.
Saravá!
Duas Delícias
O disco de Terry apresenta-o debutando no flugelhorn, trazendo como sideman de luxo nada menos que Thelonious Monk, em sua única presença como acompanhante sob esse selo. Foi essa também a única vez em que Monk gravou junto com o grande baterista Philly Joe Jones. E no baixo, o ótimo Sam Jones completa o time. É um disco que se apropria de nossos ouvidos e almas a ponto de, quando menos se espera, sairmos assobiando um dos temas com entusiasmo, mesmo que das 10 faixas, nenhuma seja amplamente conhecida senão pelos terryófilos de primeira hora, sendo 6 temas de Terry, 1 de Monk e os outros 3 de autores diversos, o que torna ainda mais notável a capacidade de Terry em transformá-los nesses hits mentais. Sob minha ótica, um belo @@@@.
O outro CD, onde se dá o encontro de dois ases do trombone, Johnson e Winding com o auxílio luxuoso de Bill Evans e as alternadas participações do extraordinário Paul Chambers e de Tommy Williams no contrabaixo e de Roy Haynes e Arthur Taylor na bateria, permanece na memória de qualquer aficcionado por bom jazz como uma experiência alegre e sensual, fruto da execução melíflua dos dois líderes que ora se complementam, ora se contrapõem numa sinergia que impregna o resto do grupo. A faixa de abertura This Could Be the Start of Something New é exemplar para o entendimento do que se pretendeu ali. A atuação de Bill costura, como aliás por todo o restante do disco, os curtos mas envolventes solos dos líderes (a faixa mais longa, Trixie, tem 5:06, apenas). Georgia on My Mind, faixa seguinte, reafirma o clima de sensualidade, a meu ver característica marcante da sonoridade do trombone slide.
Como o disco de Terry, é algo para se ouvir a qualquer hora, o ano todo. A record for all seasons. Pela raridade, pela sonoridade e pela reunião de estrelas, um ótimo @@@@.